Projeto piloto para implantação do Manejo Integrado do Fogo no Pantanal começou em Barão de Melgaço

Manejo Integrado do Fogo no Pantanal
Iniciativa do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações acontece na RPPN Sesc Pantanal e tem como objetivo a prevenção de incêndios no bioma
Começou ontem (13/7), o projeto de monitoramento do efeito do fogo no Pantanal
que irá implantar o Manejo Integrado do Fogo (MIF) como prevenção a incêndios florestais. A queima controlada da primeira área de pesquisa será realizada em Mato Grosso, na maior Reserva Particular do Patrimônio Natural do país, a RPPN Sesc Pantanal, por meio da parceria entre 17 instituições. A ação acontece com autorização da Secretaria Estadual de Meio AmbIente (Sema-MT).
Além da reserva, localizada em Barão de Melgaço, outras duas áreas em Mato Grosso do Sul farão parte do experimento neste mês. A escolha dos locais da pesquisa considerou a prevalência da flora nativa e os diferentes níveis de inundação: Corumbá (MS) onde alaga muito, RPPN Sesc Pantanal (MT) com inundação intermediária e Terra Indígena Kadiwéu (MS) que não alaga.
Foram escolhidas 12 parcelas para o experimento com queima prevista em três momentos: julho (período que antecede a seca), setembro (período da seca) e novembro (início da cheia). São, portanto, três áreas com quatro parcelas cada. Das quatro parcelas, três serão queimadas nos meses indicados e uma não, para comparativo.
O uso do fogo como aliado já é utilizado em todos os outros biomas existentes no Brasil e em unidades de conservação dos Estados Unidos, África e Austrália. O MIF reúne um conjunto de técnicas que trabalha com três pilares essenciais: a ecologia do fogo (os principais atributos ecológicos do fogo); a cultura do fogo (necessidades e impactos socioeconômicos) e o manejo do fogo (prevenção, supressão e uso do fogo). Com isso, busca-se compatibilizar as necessidades sociais, as tradições culturais e características ecossistêmicas para a conservação da natureza.
Entre as técnicas que compõe o MIF está a queima controlada, realizada ao fim do período chuvoso e início do período da seca. Essa ação simula uma queima natural com que as áreas de savana normalmente estão habituadas, e tem como um dos objetivos eliminar a vegetação seca para melhorar as condições de controle dos incêndios na estação seca.
A implantação do MIF é multidisciplinar e envolve 17 instituições: Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ibama/Prevfogo, ICMBio/Centro de Educação Profissional, INPE, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), Polo Socioambiental Sesc Pantanal, Embrapa Pantanal, Mulheres em Ação no Pantanal, (Mupan)/GEF Terrestre, Smithsonian Institution, UFMG, UFRN, UFRJ, UnB, USP, UERJ e UFRGS.
RPPN Sesc Pantanal
Em 24 anos de existência, a RPPN Sesc Pantanal fez parte de mais de 70 pesquisas nacionais e internacionais sobre o Pantanal e conta com uma representativa biodiversidade. Do total de peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos na Bacia do Alto Paraguai, que totalizam 1.059 espécies, a Reserva detém 630. Isso significa que 60% destas espécies estão presentes na RPPN.
Entre as espécies ameaçadas de extinção, a RPPN possui 12. Além de ser a maior RPPN do país, a reserva do Sesc Pantanal ainda é área Núcleo da Reserva da Biosfera do Pantanal, faz parte da terceira maior Reserva da Biosfera do planeta e é um Sítio Ramsar. Entre os benefícios que a RPPN presta à humanidade estão a purificação das águas, controle das inundações, reposição das águas subterrâneas, controle do fluxo de sedimentos e nutrientes do solo, reservas de biodiversidade e mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
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