Eu sou de um tempo bom!.
Fiz essa reflexão, ao embarcar em um vôo SP/Cuiabá, e como na maioria das vezes, não vejo embarcando na aeronave nenhum cuiabano da nossa Cuiabá de antigamente, de cadeiras nas calçadas; das festas do Dom Bosco; do Beto; do Balneário Santa Rosa; do São João na rua de Dayse; da festa do Branco na casa do festeiro Sr Hugo Blanco; da turma do Voley no Campo D´Ourique, comandado pela Profa. Eldice; do sorvete do Seror fim das aulas na faculdade e a missa aos domingos; da quadrilha dos jovens do Feminino; das bandeirantes; dos escoteiros; dos lobinhos da querida chefe Leila; das festas dos anos 60/70, que por 20 anos foram comandadas pela Turma das Onze; enfim, da Cuiabá de antigamente, onde todos se conheciam e adentrar o avião era um exercício de sorrir e cumprimentar a todos, mesmo aqueles que nem eram tão amigos, mas que o círculo do conhecimento, do pertencimento, nos fazia amigos e conhecidos próximos.
E assim tem sido em muitos e diversos eventos.
Assim, que hoje estamos sós. A metrópole acolheu os chegantes e dispersou os locais. E já há algum tempo nos surpreendemos após uma viagem, a ter como tema de conversa, entre amigos, essa realidade palpável que ainda nos surpreende, mesmo na consciência de que hoje vivemos numa metrópole e não na Cuiabá de antigamente.
Maria Lúcia de Aquino Amaral, advogada é membro da UBE/SP
