Ser poeta

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Professor Cleir Edson

Ah, ser poeta, que gostinho de festa

Das palavras que enfeitam o papel

Na labuta pelo texto que busca

Levar para o mundo afora

A mensagem e o contexto.

Ah, pobre do poeta que pena

Pra arrumar as palavras numa cena

Que diga entre uma vírgula,

Um ponto e uma sequência sem trema

Aquilo que tremula n’alma

Para que seja escrito pela tecla

Pobre é ser o poeta ausente

Da palavra inspiradora que não vem

Pois que em muitos dá um nó na sua lida

Que não há santo nem reza brava que consiga

fazer surgir na tela de seu Note em branco

Uma linha de alegria da poesia!

Por isso cada vez que escrevo

É como um parto doloroso

Da mãe sofrida que espera o rebento

Que não desponta nem sai fácil da barriga

Pois que teima em lá dentro viver

Ainda que isso lhe impeça de ser vida!

Então num gesto último de clamor

Elevo um pedido a Deus-Pai meu criador:

Que me traga a chama da inspiração

Para que as palavras nasçam por amor!

E de repente, doendo, lá do fundo

vem surgindo uma linha para o mundo:

cada uma é como um grito de dor

posto que o poema de amor

dói, dói, mas dói tanto pra sair

como o bebê que está vindo

que nos leva – poeta e mãe, em uníssono

a sentir que está chegando

a Beleza que dá a Vida!

Ah, que alívio, que alegria!

Nasce a criança, nasce a poesia!

Então num átimo de prazer

o poeta exulta de euforia

põe pra fora a melodia

e como a mãe que dá mamá

diz pro mundo,

diz pra toda gente:

É MEU FILHO!

É MINHA POESIA!

Pois assim como o bebê nasce

A poesia sai do ventre.

É no útero da mãe e do poeta

Que o Amor faz morada permanente!

Nota de rodapé:

“Senhor, que o meu coração seja a morada permanente do sentimento do amor”.

Quando, pela primeira vez, pus meus olhos nessa jaculatória, fiquei fascinado!

Eu estava à procura de um tema ou da inspiração que me fizesse sair de uma longa letargia literária em que me encontrava.

Sim, fiquei dias sem escrever e, de repente, comecei a sofrer, pois a escrita – assim como a leitura – são para mim um alimento, o oxigênio que respiro. E essa forçada dieta trouxe-me fome e falta de ar…

Sentei-me inúmeras vezes aqui em frente ao meu Notebook, repetidas vezes digitei algumas palavras, mas nada de nada. Só o branco da tela em branco…

Então numa tarde, chuvosa e monótona, eis que me veio à memória o desejo mais sincero e o impulso da palavra, não em prosa desta vez, mas no reverso de um verso que explode e nasce que nasce repentinamente, para num alucinante e frenético ritmo, sair aos borbotões, mas em uma suave melodia… sem rima nem métrica, nasce por encanto essa mais pura poesia…

Eu Sou Cleir Chapeleiro Maluco Um Ser de Luz e da Luz Um Guerreiro da Luz e Um Poeta Aprendiz

Em meu apê, nesta São João Del Rei fria, mas agradável e cordial. Agosto de 2020.

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