A Câmara de Dirigentes Lojistas de Cuiabá (CDL Cuiabá) protocolou uma proposta junto à Prefeitura de Cuiabá solicitando o reescalonamento do aumento do IPTU em Cuiabá previsto para 2026. A iniciativa busca reduzir os prejuízos enfrentados por comerciantes localizados em regiões diretamente impactadas por grandes obras de infraestrutura na capital.
O pedido contempla áreas afetadas pelas intervenções do BRT, do Contorno Leste, por obras de saneamento em diversas vias e pela requalificação do Centro Histórico, que inclui a construção do novo Mercado Municipal. Segundo a CDL, esses empreendimentos têm provocado queda no fluxo de clientes, dificuldades de acesso aos estabelecimentos e redução significativa no faturamento.
A proposta apresentada prevê a criação de um regime diferenciado para imóveis comerciais situados nessas áreas, evitando a aplicação imediata e integral do reajuste do imposto. Para a entidade, a cobrança plena do IPTU nessas condições agravaria uma situação já considerada crítica para muitos empresários.
No documento encaminhado ao Executivo municipal, a CDL afirma que o aumento do tributo, sem levar em conta os impactos das obras, pode aprofundar a fragilidade financeira dos estabelecimentos. A entidade também se colocou à disposição para colaborar com dados e relatórios que auxiliem a prefeitura a identificar, com precisão, os imóveis efetivamente prejudicados.
O presidente da CDL Cuiabá, Júnior Macagnam, ressaltou que os impactos no comércio começaram ainda no início de 2025. Pesquisa realizada pela entidade em janeiro apontou uma queda de 36% nas vendas na avenida do CPA, uma das principais afetadas pelas obras do BRT.
Segundo ele, o cenário tende a se prolongar. Novas frentes de trabalho foram abertas ao longo do ano e devem continuar em 2026, atingindo principalmente os setores de comércio e serviços, responsáveis por cerca de 70% da arrecadação municipal.
“É um pedido de sensibilidade. As frentes de obras aumentaram e continuarão impactando o comércio. Um reescalonamento do IPTU demonstraria compromisso com o desenvolvimento econômico sustentável e com o bem-estar social”, destacou Macagnam.
A CDL também alertou para os reflexos do reajuste do imposto sobre a população em geral. A entidade argumenta que a aplicação imediata do aumento pode elevar a inadimplência e gerar desequilíbrio financeiro, em um cenário já preocupante: atualmente, 44% da população economicamente ativa de Mato Grosso está com o nome negativado no SPC Brasil.
A proposta agora será analisada pela Prefeitura de Cuiabá, que ainda não se manifestou oficialmente sobre a possibilidade de reescalonar o reajuste do IPTU para os imóveis comerciais afetados pelas obras.
Fonte Repórter MT



