No “Loft Manhattan”, da designer de interiores Karol Boaventura e do arquiteto Vitor Hugo Barros, pensado para um jovem de 35 anos de idade, publicitário, que vive na famosa ilha nova-iorquina, estão presentes várias propostas. A iluminação busca acalmar, proporcionar aconchego e conforto visual. A luz vem de vários pontos, como uma arandela artística, pontos com spots no teto.
Mesmo com o chão e o teto pretos, os ambientes ficam claros e é possível criar diversas cenas graças à automação. Pode ser uma mais íntima para o quarto, outras para receber os amigos, para leitura ou um jantar. Destaca-se sobre a mesa de jantar uma luminária assinada pela light designer Luciana Martins Rosa, que faz um trabalho à mão em latão com pinceladas de ouro.
Na “Suíte Menino”, assinada por Itamara Cenci, com Jéssica Fiorenza e Elisangela Poltronieri, pensada para um adolescente, também há iluminações diferentes para cada ambiente, como a indireta sobre a cama e na parte de jogos e direta na mesa de estudos. “Desenvolvemos perfis, que estão muito em alta e o resultado fica muito bonito”, conta Itamara. Eles são utilizados para criar “caminhos” a fim de conduzir a pessoa pelos diferentes espaços.
Como o tema é o universo intergaláctico, pendentes lembram estrelas cadentes e leds no pé da cama dão a impressão de que se trata de uma nave espacial deles. “Não ficou um ambiente sombrio, como a gente pensa que cinza e preto vai fazer, ficou aconchegante, alegre. Conseguimos o resultado justamente com essa iluminação”, salienta a arquiteta.
No “La Vie en Rose”, da lighting designer Zilda Zompero e da designer de interiores Andressa Borsato, a iluminação divide os ambientes. Com perfis de led a luz é direcionada para os pontos onde mais se precisa, como a área da cozinha. O corredor ganhou um pouco menos e a cama, a fim de proporcionar mais relaxamento, não possui luz direta. “Trabalhamos o nosso banheiro com perfil de led. É uma forte tendência onde temos a melhor iluminação para espelho, sem sombra”, salienta Zilda.
“A iluminação tem que ser planejada desde o início do projeto. Até um passado recente as pessoas não se preocupavam com a luz, deixavam para se preocupar no final do projeto. Cada tipo de ambiente precisa de um tipo de iluminação”, alerta. Outra forte tendência mostrada no trabalho é a dimerização, que proporciona a possibilidade de aumentar ou diminuir a intensidade da luz. Há inclusive uma luminária conceito criada especialmente por Zilda e Andressa, que demonstra as possibilidades oferecidas pela lâmpada de filamento de carbono.
A iluminação também teve papel essencial no “Loft do Casal”, das arquitetas Vanessa Koehler e Andréa Bidoia. Nele, foram utilizados trilhos aproveitando o pé direito duplo, só que um bom índice de reprodução de cor. “São lâmpadas de alta tecnologia, com a temperatura de cor de 3 mil kelvins, que traz esse ambiente mais intimista, mais acolhedor”, explica Vanessa. Elas também buscaram uma configuração que valorizasse objetos, como as diversas obras de arte presentes.
“Nós usamos a iluminação bem pontual onde queríamos valorizar detalhes. Utilizamos o efeito de sombra e luz para uma escultura chamada 'Revoada', de Demetrius Coelho. Nós trabalhamos com as arandelas na vertical, trazendo uma irreverência para o espaço, para não trabalhar sempre com o óbvio. A iluminação valoriza muito a obra”, exemplifica.
Outro ambiente em que a iluminação faz toda a diferente é o “Home Theater”, assinado pela arquiteta Ana Carolina Gori. Com uma paleta de cores mais amena, com bases neutras e uma mescla de objetos atemporais com outros objetos de design, a luz foi pensada para valorizar a decoração. Colocada numa sanca, a iluminação se tornou mais suave, assim como nos pendentes baixos, ao nível do olhar, compostos por leds.
O ambiente foi totalmente automatizado, pensando num perfil de cliente que aprecia a comunidade. É possível controlar toda a iluminação com um simples toque no tablet, criando cenas, focando em armários, na adega. Além disso, é toda dimerizável, possibilitando controlar os níveis de iluminação para determinar a intensidade e a temperatura da luz. Isso é interessante para trazer ao usuário diferentes sensações.
O resultado agradou aos visitantes. “Essa iluminação, o controle, é algo diferente e agrega numa casa. A gente viu numa outra sala por sensor. Você liga luzes e apaga passando a mão. Então, se você não vem aqui nem fica sabendo que tem, vai construir e usa coisas ultrapassadas, sendo que com um pouco mais de dinheiro você faz um negócio moderno e prático”, elogiou o engenheiro agrônomo Lucas Fernandes Lamounier.