Artigo: Tempo de mudança e resiliência

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Vírus são invisíveis, os efeitos são devastadores. Sentimentos são invisíveis, os efeitos são surpreendentes. São invisíveis as relações que a natureza produz, os efeitos são vitais. Pode não ser perceptível, mas a natureza é uma complexa teia de relações com uma conexão de extrema dependência entre todos os elementos.

Ela trabalha há bilhões de anos e fez surgir o planeta em que estamos hoje. Este trabalho é invisível, mas os resultados são extraordinários. Somos parte dessa natureza, se ela está saudável, estamos saudáveis. E como sociedade humana, temos o poder de fazer este mundo melhor com nossas próprias mãos, escolhendo o que realmente importa. É tempo de mudança e resiliência.

 

O Sesc tem o propósito de produzir cultura e natureza, consequentemente produz saúde, lazer, educação, memória, encontro, descoberta, envolvimento. Há mais de 70 anos a instituição caminha e evolui com a sociedade. Há mais de 20 anos reconheceu que sem natureza não existe bem-estar social, por isso decidiu cuidar de uma exuberante amostra do pantanal selvagem e contribuir de alguma forma para as populações humanas de uma das maiores áreas úmidas do mundo. A partir desse passo, vem cuidando também de outras reservas na floresta amazônica, na mata atlântica e em regiões costeiras do país.

 

Nessas áreas protegidas, muitos trabalham para despertar nas pessoas o amor pela natureza. O amor, conduzido a partir da vivência e experiência, pode gerar ações transformadoras. A beleza natural extrema não está apenas no espetáculo do alvorecer, mas em cada detalhe que compõe os caprichos do universo. A natureza não mora apenas numa reserva natural, mas também está dentro de cada um de nós, no jardim, nas áreas verdes das cidades, ainda que baldias, que devem abrigar a diversidade de espécies de vida.

 

Grandes e pequenas reservas importam porque são como nossas “bibliotecas da biodiversidade” e prestam serviços em larga escala como a purificação das águas, do ar, do solo, regulagem do clima do planeta, das chuvas, dos oceanos. Mas também são essenciais as áreas verdes urbanas, em cada casa, escola, canteiro, praça. Elas são canais fundamentais para mantermos viva nossa relação diária com a natureza humana, vulnerável e interdependente.

 

As reservas naturais do Sesc em Bertioga, Iparana, Tepequém e Pantanal são polos geradores de benefícios de grande abrangência e também estimulam e fortalecem o amor e cuidado com o meio, a valorização e proteção de espécies, hábitats e paisagens. Assim como o Sesc, precisamos priorizar a conexão com toda e qualquer natureza ao nosso redor e entender a cultura como uma camada inerente à geração de impactos positivos no ambiente.

 

Cristina Cuiabália Neves é bióloga e gerente de Pesquisa e Meio Ambiente do Polo Socioambiental Sesc Pantanal.

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