Artigo: Fisioterapia Ressignificando a Vida

Caroline Cunha
Sob o olhar atencioso do Fisioterapeuta, pequenos gestos ganham novos significados.

Levantar da cama, espreguiçar, dar um abraço apertado em quem se ama, voltar para casa, respirar. Nossa vida é cheia de pequenos gestos que, de tão rotineiros, talvez não pareçam ter muita importância. No entanto, você já imaginou não ter forças para se levantar de manhã? Sentir dor todas as vezes que levanta os braços, estar em uma cama de hospital sem saber quando voltará a dormir na sua própria cama, e precisar de ajuda até para respirar?
Estes gestos talvez simples, mas tão importantes em nossas vidas, formam a razão de ser do Fisioterapeuta. Uma profissão que talvez tenha conquistado maior destaque durante a pandemia do Coronavírus, mas que há muito tempo está presente na vida e bem estar de milhões de pessoas.

A profissão de Fisioterapeuta foi regulamentada no final da década de 1960, e tem como foco os distúrbios cinéticos funcionais. Ou seja, tudo aquilo que afete o movimento de membros ou órgãos. Do piscar ao respirar, de incontinência a sequelas de AVC, do esporte de alto desempenho ao ócio do sofá, tudo que se move no corpo humano é objeto de interesse à Fisioterapia.

No Hospital de Câncer de Mato Grosso, uma equipe de 15 profissionais fisioterapeutas trabalha dia e noite cuidando dos pacientes, com dois objetivos principais. Primeiro, que ao passar pelo tratamento de câncer, a pessoa possa sair não apenas sem um tumor, mas com a mesma qualidade de vida que possuía antes. Acreditamos que a Mulher que passou por uma cirurgia na mama tem o direito de levantar o braço sem sentir dor. Acreditamos que o Homem que tratou um câncer de próstata não precisa ter incontinência urinária. Acreditamos na Vida, bem vivida e com qualidade.

O segundo foco do serviço de fisioterapia é diminuir o tempo de internação dos pacientes. Se você precisa ficar em uma cama na enfermaria ou na UTI, queremos que fique bem logo, e que possa voltar logo para o abraço de sua família e amigos. Apesar de existirem muitos fatores no tempo de internação, o trabalho do Fisioterapeuta pode contribuir muito para que o paciente receba alta o quanto antes.

O que o fisioterapeuta realmente faz dentro de um Hospital?

Aqui no Hospital de Câncer de Mato Grosso, a equipe de Fisioterapia atua em três frentes: ambulatório, enfermarias e UTIs.

No atendimento ambulatorial, os pacientes que já passaram pelo tratamento ou que estão se preparando, por exemplo, para uma cirurgia, são recebidos para sessões semanais. Estes são pacientes que estão em casa, e vêm ao Hospital. No caso de quem já passou pelo tratamento, o foco geralmente é diminuir os efeitos colaterais, que podem ser, por exemplo, inchaços, dificuldades de movimentação, dores e, em alguns casos, até mesmo paralisias. Por meio de exercícios e com o apoio de equipamentos, o profissional Fisioterapeuta ajuda o paciente a diminuir estes efeitos e retomar, tanto quanto possível, sua vida cotidiana.

Mesmo quem ainda não passou por algum tratamento pode se beneficiar do atendimento ambulatorial de fisioterapia. Um exemplo são os pacientes que devem passar por cirurgia, mas possuem pulmões fragilizados e, por isso, correm um risco maior durante o procedimento. Algumas semanas de exercícios respiratórios junto ao Fisioterapeuta antes da cirurgia podem aumentar muito as chances de sucesso.

A importância da Fisioterapia respiratória é ainda maior dentro de uma UTI ou nas enfermarias. O Fisioterapeuta é um profissional habilitado para realizar a ventilação mecânica, operar aquele aparelho que mantém o paciente respirando depois de intubado, ou mesmo antes da intubação. Afinal, mais do que apenas respirar, o paciente deve respirar bem. A ventilação mecânica realizada pelo fisioterapeuta tem objetivo de tratar, cuidar do pulmão e do corpo ao mesmo tempo em que faz o paciente continuar respirando. É uma atividade complexa, que exige muitos cálculos, muito estudo e muita dedicação.

Ao paciente internado em um leito de enfermaria ou UTI, o fisioterapeuta também continua cuidando da mobilidade, além dos aspectos respiratórios. No Hospital de Câncer de Mato Grosso, pequenos guindastes garantem que mesmo sedado e intubado o paciente possa sair da cama, tomar um banho e sentar, e bicicletas elétricas os fazem pedalar.

Ao segurar na mão do Fisioterapeuta, a criança que não podia levantar para tomar banho sair da cama para gravar uma dancinha, o vovô apático pula amarelinha no corredor do Hospital, o paciente intubado faz exercício, a mulher que não conseguia levantar o braço o estica para apanhar uma fruta na árvore. Ao segurar na mão do Fisioterapeuta, a respiração fica mais leve, o coração bate mais forte, o abraço fica mais apertado, a vida ganha mais cor.
08 de setembro, dia mundial da Fisioterapia.

Artigo escrito pela Responsável Técnica e Gerente da Fisioterapia do HCanMT Caroline Cunha Morita

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