Artigo: Emanuel Pinheiro – Por mais que apronte, a gente não consegue ficar com raiva – O político mais carismático de MT.

Se não fosse trágico com certeza é cômico.

Emanuel frequenta telas e páginas quase que semanalmente com denúncias de desvios, prisões de seus colaboradores, projetos nebulosos sendo feitos para poucos, abafas na câmara pelos aliados, dinheiro em espécie encontrado nas apreensões de seus secretários.

O mais incrível de tudo isso é que quando ele aparece para explicar inexplicáveis, acaba tirando o foco dos escândalos com sua inegável simpatia, simplicidade e carisma…  A gente acaba dando risadas e transformando os “ feitos” em piadas do cotidiano Cuiabano… Não conheço quem não apresente indignação mas que não dê risada e diga que Emanuel é gente boa.

Nem o flagrante episódio do embolso em paletós parece ter  lhe causado estragos na estragada imagem que destruiria qualquer político…  O carisma e as sobrancelhas parecem nos encantar a todos e ficar com a sensação do cara gente boa e do povo.

Emanuel toma  Brahma na feira do Porto, come salgadinho do Fabico, traça espetinho em esquinas, bebe em posto de gasolina, roe pequi sem pegar na mão, bate papo de pé em conveniências, anda no meio da pobreza com desenvoltura e real autenticidade … E isso não é marketing, quem conhece sabe que ele é desse jeito,  é mesmo assim.

Mandatos vem e vão e ele não perdeu a simplicidade, continua o mesmo fanfarrão que abraça todos, joga crianças pra cima carinhosamente, conta piadas dele mesmo, é recebido com carinho e vai na igreja religiosamente como um cristão puro e com poucos pecados… Confessionário não sabemos se frequenta, fiquei curioso.

Tinha tudo para ser o político Cuiabano mais notório e com maior sobrevida, mas se trancou na bolha de seu núcleo duro, formado por amigos e conselheiros invóluidos que só o colocam em geladas.

Não se sabe se refém ou co-partícipe mas não conseguimos entender porque ele não deu a louca e botou metade do 7 andar pra correr até hoje, mostrando que não comunga, mancomuna ou tem algo a ver com as trapalhadas que são geralmente oriundas daquela tchurma.

Parece que Stopa e Márcia, os bastiões da parte seria da comédia, são os únicos escudos restantes que ele tem se segurado. Tem que tirar o chapéu para Pinheiro, o homem parece bambú, enverga, entorta, leva machadadas mas não quebra… Taí, de jaleco verde fazendo política, tomando uma gelada, distribuindo sorrisos e sobrevivendo debaixo da maior taca que um político pode aguentar e parece sair incólume sempre.

Ano que vem tem eleições, o comichão da disputa faz a sarna aparecer pelo corpo e ele se coça pra entrar na peleja, contudo, pelo andar da carruagem e com Gaecos e Federais atuando cada vez mais com tecnologia, o sono de Emanuel vai ficando intranquilo, o 7 andar acuado, os conselheiros sem muito pra profetizar e os desdobramentos jurídicos de tantas denúncias vão tomando forma, criando corpo e equalizando sirenes.

Uma pena, tinha tudo pra dar certo, superar o paletó e conquistar mais mandatos, eleitores e fiéis, só que tem sido tão reiteradas e constantes as aparições negativas, que os próprios incentivadores andam meio ressabiados a procura de lugar seguro para enfiar seus cumpridos rabos presos.

Sou fã do Emanuel, parte dessa legião que existe, gosta, pode não concordar com os métodos, mas que continuam acreditando que os erros lhe são induzidos.

Cuidado… Pode ser que ele seja um capitão solitário no barco abandonado.

Vamos observando, mas, sem nenhuma raiva e continuando fãs.

Halisson Lasmar é jornalista e publicitário.

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